segunda-feira, outubro 20, 2008

Cenas em Sensação

Gozo

Fruto desfruto
uso

Músculos aerados
Poros



Saliva

Língua entre os dentes
Dentes entre a pele

De leve, morde-se
a expiração

sem desperdício.



Aceitação
Transito,
Sede e tristeza

Chorando
Grito

Tremo

Dispo-me
Entrego-me
Ao que sou.



Enxague

Absorvida
Me dou
de energia
esgot…


__

É
Óbvio
O vazio

Uma
Palavra

É e não é

É apenas…


Exercício AIC - Academia Internacional de Cinema
de Rodrigo Patronio
Tema: Éden, Deserto, Síntese
Sentido
se palavra contasse sensação 



quarta-feira, outubro 15, 2008

Ao Butra

Cartola branca, charuto e o samba
do criolo doido
foram o bastante
para farra inesqueçivel -
gosto?

segunda-feira, outubro 13, 2008

Foto Leka Mendes - www.flickr.com/photos/lekamendes


Sobreposição
(imagem)

Sobreposições, camadas, sub-imagens.
O que se vê, o que se quer ver,
o que se é, o que se quer ser.
Colocar-se sobre, esconder-se.
O que é escondido é revelado.
A possibilidade de transportar-se,
de deslocar-se no tempo e espaço.

A imobilidade móvel.

segunda-feira, outubro 06, 2008

O livro pela capa

O livro pela capa,
objetos mercadorias,
pessoas pelo que consomem.

É mais que sabido, até redundante dizer, que a superficialidade anda bastante presente em uma série de aspectos do mundo atual.

Numa sociedade snack culture, em que reina o picado- um pedaço do livro um trecho da música, uma rápida refeição (lanche) –, em que a internet é o meio, o canal de absorção, pode-se dizer que pega-se superficialmente, não se vive realmente um raciocínio por inteiro, nem o conteúdo pelo conteúdo

Talvez pessoas nem saibam qual é o conteúdo que, originalmente, interesse a si próprio. Existe uma gana pelo ser desejado pela sociedade, sem se importarem com a origem ou o conteúdo real. Andy Warhol, por exemplo, com seu conceito dos 15 minutos de fama liga-se totalmente com os realities shows, estouros de sucesso de nossa época. Uma fama completamente efêmera, liderada pelo simples expor-se para massa. Fica fácil escolher algo de sucesso, mesmo que esse sucesso não lhes pertença, não lhes diga algo.

Quem sabe, seja essa a causa do provinciano - algo não produto da massa, o tradicional, genuíno...- ainda ser valorizado, e desejado como escape. Um entretenimento evasivo que impede o questionar ou a profundidade.

Claro que o valor, em termos de conteúdo para si, somente o ser subjetivo, interior, sem interferência externa, é algo fora da realidade, algo inatingível. Afinal, não há o ser sem influência do externo.

Assim, a banalização é quase natural; a não internalizarão é automática. E o desejo pelo conteúdo, apenas pelo conteúdo, sem a capa, torna-se extinto, pela não centralização do ser. A originalidade verdadeira, não pela palavra original (conceito vendável por sua escassez), mas por se tratar da essência, é algo raro de se encontrar.