terça-feira, dezembro 23, 2008

ESTE BLOG TAMBE'M ENTROU EM FE'RIAS COLETIVAS - volto em 5/01!
Beijoss, 
e
queimem o que voces nao querem para o proximo ano.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

O que poderia ter sido e o que foi

O que poderia ter sido me faz chorar
num tempo em que de concreto
tem-se o ser consumido.

Raio fulgurante dirige um curso,
percurso dos astros.
Coincidências.

Se necessário é dizer,
abstração é pensar.

A eterna possibilidade
me corrói.

Estou cansada de uma certa atitude impregnada

A literatura anda impregnada de certo realismo subjetivo contemporâneo, que, além de carregar imaginação escassa – um mal que atinge o mundo em diversas áreas - concentra-se praticamente nos mesmos assuntos: sexo, drogas, violência, angústias, descontentamentos pessoais.

Nada mais choca num ambiente em que violencia é cotidiano. A imagem da criança atrelada a um revolver chega a ser comum. O saco de cola fica até como cena de segundo plano. A política não se divide mais em direita e esquerda. Heróis já morreram de overdose há mais de duas décadas. Ideologia é nostalgia. Enfim, o que está fora de padrões?

Tecnologia? Esta é a inovação do mundo atual, talvez uma das raras coisas que mude parte de nossos padrões. Distâncias passam a ser insignificantes; possibilidades, infinitas; conexão, uma exigência. Uma evolução fenomenal que, ao mesmo tempo, aproxima e afasta as pessoas, prende-as em si, em seus mundinhos. Um movimento paradoxo. Por uma lado, o ganho de formas de contato, por outro, a perda do contato real. E por estranho que pareca, com os que estao mais perto, vizinhos, familia. Um individualismo valorizado e desconectado.

Já ouvi de autores de hoje: “Escrevo porque preciso”. Precisa?
Do que nós precisamos realmente hoje?

Os valores e necessidades estão conturbados, confundidos pelo mercado, pela tecnologia, pela mídia, pelo não parar, não pensar, pela falta de genuinidade, por uma velocidade que anda fazendo com que até a Terra gire mais rápido em volta de seu eixo. Eixo: é com esta conexão que precisamos nos preocupar. Acho que escrever não é sobreviver. Para começo de história, precisamos de ar, água e comida.

Prefiro os que escrevem porque a vida é um romance. Parece que estes, ao menos, sentem algum desconforto; seguem o fluxo oposto da maré, ou possuem algo íntegro como a dedicação a um projeto. Uma ambição maior que o próprio umbigo.

Ficaria mais preenchida com autores menos gentis, ou, quem sabe, cansados de mentir para conviver. As pessoas, ultimamente, não têm mais tempo para se incomodar.

Já gosto quando encontro algum tipo de percepção sutil.

terça-feira, novembro 25, 2008

VIDEO YOUTUBE - Pink Floyd - Dark Side of the Rainbow 1

Saco! Nao consegui colocar o vídeo bonitinho.
Mas clique no título do post para ver o vídeo.
A lenda é que o cd do Pink Floyd, "Dark Side of the Moon", se encaixa como trilha perfeitamente no filme Mágico de OZ. Quem quiser experimentar dá o "Play" junto: filme e cd.
Se lenda, ou não, fico bom demais! Dispensa mais comentárioss.

segunda-feira, novembro 24, 2008

ETANOL

E os advogados
bebem, bebem, bebem

bebem álcool
em vez de café

sem cafeína
sem graça

mas ainda
ricos
Tempo
(versão 2)

Estamos onde estamos
sem pressa
para um próximo
momento.
Pressa
nem mesmo
para próxima inspiração
...
agora, agora, agora
paramos neste instante
*

Tempo

sem expectativas
tempo
somos essência
tempo
somos
tempo

se tempo tem vida
tem?
tempo

sempre
mais
tempo

segunda-feira, novembro 10, 2008

Converse


Galeria de Marcel Yunes
Esse é do Julio, quero o meu!


Degredo

Se fosse outro dia

Se fosse paixão
Amor
Se fosse palavra
Literatura
Se fosse arte
Filosofia

Se alma tivesse razão

Mas é hoje

Paixão narcisa, desconexa
desamor

Palavra vazia
Faz literatura
Ficção

Arte insaciável
Filosofia vaga

Farsa absoluta.



Frustração

Se fosse outro dia

Beberia até o pó
Beijaria o espelho

Mas hoje
Padeço

Engulo angústia.

segunda-feira, outubro 20, 2008

Cenas em Sensação

Gozo

Fruto desfruto
uso

Músculos aerados
Poros



Saliva

Língua entre os dentes
Dentes entre a pele

De leve, morde-se
a expiração

sem desperdício.



Aceitação
Transito,
Sede e tristeza

Chorando
Grito

Tremo

Dispo-me
Entrego-me
Ao que sou.



Enxague

Absorvida
Me dou
de energia
esgot…


__

É
Óbvio
O vazio

Uma
Palavra

É e não é

É apenas…


Exercício AIC - Academia Internacional de Cinema
de Rodrigo Patronio
Tema: Éden, Deserto, Síntese
Sentido
se palavra contasse sensação 



quarta-feira, outubro 15, 2008

Ao Butra

Cartola branca, charuto e o samba
do criolo doido
foram o bastante
para farra inesqueçivel -
gosto?

segunda-feira, outubro 13, 2008

Foto Leka Mendes - www.flickr.com/photos/lekamendes


Sobreposição
(imagem)

Sobreposições, camadas, sub-imagens.
O que se vê, o que se quer ver,
o que se é, o que se quer ser.
Colocar-se sobre, esconder-se.
O que é escondido é revelado.
A possibilidade de transportar-se,
de deslocar-se no tempo e espaço.

A imobilidade móvel.

segunda-feira, outubro 06, 2008

O livro pela capa

O livro pela capa,
objetos mercadorias,
pessoas pelo que consomem.

É mais que sabido, até redundante dizer, que a superficialidade anda bastante presente em uma série de aspectos do mundo atual.

Numa sociedade snack culture, em que reina o picado- um pedaço do livro um trecho da música, uma rápida refeição (lanche) –, em que a internet é o meio, o canal de absorção, pode-se dizer que pega-se superficialmente, não se vive realmente um raciocínio por inteiro, nem o conteúdo pelo conteúdo

Talvez pessoas nem saibam qual é o conteúdo que, originalmente, interesse a si próprio. Existe uma gana pelo ser desejado pela sociedade, sem se importarem com a origem ou o conteúdo real. Andy Warhol, por exemplo, com seu conceito dos 15 minutos de fama liga-se totalmente com os realities shows, estouros de sucesso de nossa época. Uma fama completamente efêmera, liderada pelo simples expor-se para massa. Fica fácil escolher algo de sucesso, mesmo que esse sucesso não lhes pertença, não lhes diga algo.

Quem sabe, seja essa a causa do provinciano - algo não produto da massa, o tradicional, genuíno...- ainda ser valorizado, e desejado como escape. Um entretenimento evasivo que impede o questionar ou a profundidade.

Claro que o valor, em termos de conteúdo para si, somente o ser subjetivo, interior, sem interferência externa, é algo fora da realidade, algo inatingível. Afinal, não há o ser sem influência do externo.

Assim, a banalização é quase natural; a não internalizarão é automática. E o desejo pelo conteúdo, apenas pelo conteúdo, sem a capa, torna-se extinto, pela não centralização do ser. A originalidade verdadeira, não pela palavra original (conceito vendável por sua escassez), mas por se tratar da essência, é algo raro de se encontrar.

terça-feira, setembro 30, 2008

Sentido

Viagem
não se guarda

Foto
não expressa momento

História
não conta o ocorrido

ou a Palavra,
a Sensação.

Gozei.
___
Se palavra
contasse
sensação
gozei

segunda-feira, setembro 29, 2008

terça-feira, setembro 23, 2008

Livro de Viagem

Texto para o sarau da Escola Internacional de Cinema - tema: Livro de Viagem.


O livro de viagem não existe.

As fotos não representam o momento
A palavra não expressa a sensação.

A história não diz o ocorrido
ou
O livro, a viagem.

A ilusão é da realidade
o que
O raio é do sol.

segunda-feira, setembro 22, 2008

Dedicatória

Pro meu futuro caso,
com um beijo,
M.
ps. arranca esta folha.



Eu quis escrever este microconto em algum lugar da rede. Já que o prazo do concurso microcontos do twitter era até sábado.
Blog tá aí pra isso..o dono tem toda liberdade de escrever o que quiser, qdo quiser e ainda pode se lamenta pros outros..

sexta-feira, setembro 19, 2008

Duas Pretensões

A diferença entre o escritor e o publicitário?
É a essência da pretensão. Os escritor escreve porque precisa, pura pretensão do espírito.
O publicitário escreve tiradas vendáveis. Pretensão mercadologica.

quarta-feira, setembro 17, 2008

Beleza Americana


"A sereiazinha muito triste pegou o punhal, foi até o quarto do príncipe e vendo-o dormindo tranqüilo ao lado da sua esposa, saiu correndo dali. A sereiazinha tinha um coração bom, e seu amor era verdadeiro, não poderia jamais matar o seu amado. Sendo assim, ela se dirigiu ao convés do navio, já estava amanhecendo. A sereiazinha, então, atirou-se no mar, no mesmo instante o primeiro raio de sol surgiu no horizonte, e assim o feitiço se realizou, a Pequena Sereia virou espuma branca do mar".


A pequena seria do conto de Andersen morre no final.

A da Disney casa com o príncipe.


sexta-feira, setembro 12, 2008

"Obscenidades de uma dona de casa", de Inacio de Loyola Brandao

Baixaria com conteudo


O que faz a baixaria ser considerada baixaria e' a forma da linguagem e quem a julga. A baixaria pode estar em meio a uma obra de conteudo.


Qualquer conceito tratado de forma genial, pode servir como porta para muitos outros. Principalmente, aqueles que dizem respeito as pessoas, sentimentos, enfim, tudo que forma o ser-humano. No caso, a baixaria abstraida, pode ser intimidade.


E' de se respeitar e admirar Inacio de Loyola Brandao. Afinal, escrever obscenidades com um conteudo litarario destes!


- Leia o conto abaixo:
"Oscenidades de uma dona de casa", de Inacio de Loyola Brandao.
www.releituras.com/ilbrandao_obscenidades.asp

terça-feira, setembro 09, 2008

Pra quem não entende gato

"Ele fixara em Deus
aquele olhar de
esmeralda diluída, uma
leve poeira de ouro no
fundo. E não obedeceria
porque gato não
obedece. Às vezes,
quando a ordem
coinide com sua
vontade, ele atende mas
sem a instintiva
humildade do cachorro,
o gato não é humilde,
traz viva a memória
da sua liberdade sem
coleira. Despreza o
poder porque despreza
a servidão. Nem servo
de Deus. Nem servo
do Diabo".
TELLES, Lygia F. - A Disciplina do Amor
http://www.mariajoaquina.org/

segunda-feira, setembro 08, 2008

Insustentável como Leveza do Ser

Pode?

Ou como pode?

Ser

insustentável leveza do ser,

ser

simples, brilhante

como morte

Oasis for people who doesn't like water

VEJA O VÏDEO "Cactus Kid", antes de ler o texto:
http://www.runcactuskidrun.com/

Pretensão incentivar a idéia de não beber água. Num mundo onde o orgânico é, cada vez mais, escasso.

Àgua, desnecessário citar suas importâncias, será redundante repetir tudo que já ouviram sobre o elemento água. Desde saúde, aquecimento global, ciência a exotorismo, o papel da água é inquestionável.

Porém a história do "Cactus Kid" é boa, não porque tenha certa recaída por cactus (planta forte, sem muita água, sem muito cuidado, ela apenas sobrevive), a campanha é criativa.

Tudo pela arte? Tudo pela mercadoria? Enfim, no caso, não importa de quem é a história, se foi roubada, re-contada, re-inventada ou não muito ética.

A história vale desde que alguém acredite, desde que entretenha.

quinta-feira, setembro 04, 2008

Mais um café

O corpo estremece por dentro,
(de jeito que ninguém perceba)

as costas e seus nós,
um sonho a desatar;

olhos ardem;
a cabeça vacua.

Mais um café
(para cafeína nas veias).

terça-feira, setembro 02, 2008

Escrevo pelo surto

Escrevo pelo surto de não ser
coerente, sociável, saudável,
equilibrada, útil.

Colagem - Pretexto Contexto Texto

O autor é ator
inútil
não é protagonista
da ficção nem da vida
"a vida não é a vida.
É sempre pretexto.
É sempre contexto.
É sempre texto" JP Coutinho.

segunda-feira, setembro 01, 2008

UMA

Os blogs nasceram no boom da net, num universo complexo que ainda nao parou e nem tem previsao de parada. Uma realidade veloz e multi-tudo: multi-opcoes, multi-canais, multi-midia, multi-espaços. A qual apesar do multi é UMA. UM grande alguma coisa, é o que a net está se tornando.

OFF=ON Cada vez mais o mundo offline (mundo real, espaço físico ou átomo arena) está se ajustando e se espelhando no extenso e dominante mundo online, do tom de voz aos produtos desenvolvidos, aos processos de negócios e a relação com consumidor.


O blog, nova mídia, que vem se construindo na web. Influenciada por uma avalanche de consumidores geradores de conteúdo.

Um novo jornalismo apimentado, transparência de opiniões pessoais?
Vale a pena prestar atenção em nós blogueirosss?

VEJA O VÍDEO
Kevin Kelly: Predicting the next 5,000 days of the web
http://www.youtube.com/watch?v=yDYCf4ONh5M

quinta-feira, agosto 28, 2008

Quatro Estações

Quatro estações
Quatro cantos
Quatro paredes

Nova, crescente, minguante, cheia
Estonteante
De quatro

Quanto ao
Quarto

Onde?



(este poema foi criado para o sarau, cujo tema era "quatro estações", da AIC - Academia Internacional de Cinema . Sarau que eu não fui. Droga! São Paulo suga a gente, precisei de uma noite de descanso).

terça-feira, agosto 26, 2008

Vauxhall - design e estilo

Vauxhall vêm alimentando e patrocinando talentos criativos através deste projeto fino e bem concebido, o qual reflete o compromisso da marca com estilo e design.

Dá uma olhada no site:

http://www.vauxhallcollective.co.uk/site/

segunda-feira, agosto 25, 2008

Uma mulher, 25 anos, Kika.

Uma mulher, 25 anos, Kika. Apesar de sua imagem “mulher fetiche”, sente-se ora angustiada, ora dissimulada, isto é, incomodada com a vida. Por, apenas, viver? Eh, viver numa fatia da sociedade rodiada por programas, pessoas, conteúdos, superficiais; em que comportamentos e consumo são ditados e adotados como uma síndrome do “é inaceitável ficar de fora” ou “o importante é se divertir”. Enfim, uma diversão evasiva que parece entreter Kika e seu meio social.

Kika freqüenta lugares interessantes, - restaurantes, bares, festas e até exposições de bons artistas - rotulados por alguns de cool,. Mas, mesmo sempre ocupada e requisitada, convive com uma incrível falta de preenchimento interno. Repara que ao seu redor - ambiente, amigas, namorados e exs, há pouca verdade, muita ostentação, fora certa, pretensão disfarçada de despretensão, como chique-despojado. É nesse contexto que Kika vive episódios em que sofre, apronta; usa o divertimento como saída para lidar com o mundo.

Certo dia, entediada, - um tédio misturado com vontade de fazer algo não fútil. Kika vai fumar um cigarro na varanda. Ela adora fazer isso. É um de seus únicos momentos em que não pensa em nada que seja obrigada (como pano de fundo toca um house-music, cujo vocal canta “Everybody is free in the new day coming freedom for all is a destine”).


Narro o livro de Kika (aspectos de sua vida: traição, disciplina, inquietações, arrogância, mentirinhas e excessos). Fatos que sufocam a identidade de Kika e de pessoas de seu mundinho.

Kika enjoy.

Storyline Kika

para encontro Marcelo C. Cunha

(Criação Literária - Academia Internacional de Cinema)

Joselito em vida promissora

Barro jorrado no pára-brisa sem limpador, foi a visão de Joselito na hora do acidente.
Joselito, 23 anos, 5h am, ponto de ônibus, São Paulo.
Hoje é seu primeiro dia de trabalho, motivo de orgulho para família Alagoana. A mãe, dona Dulce, vive dizendo às vizinhas - Joselito tá bonito, comprô uma camisa pra trabalha. Eu nem reconheci meu filhinho. Achei que ele era o moço do banco Itaú, imagina só! Ele disse que no final do mês vai da pra manda um dinheirinho pra nóis. Lá é tudo caro, ele vai ganhar bem, viu! Ah, e parece que ele tá se engraçando com uma menina de lá. Falei pra ele tomar cuidado que essas meninas de São Paulo, de boba só a cara.
Dez reais, para condução; celular pré-pago e um porta documentos, novinho, de couro sintético, a ser preenchido com a carteira de trabalho assinada. Com ar de menino recém virado homem, está pronto para enfrentar seu dia: novas pessoas, trabalho, rotina e cidade.
Um Ômega preto, modelo 2008, aproxima-se. Não se vê o motorista, mas dá para perceber nele certa arrogância, coberta pelo vidro fumê blindado, que não abre nem uma frestinha: medo de assalto. O motorista não faz questão de interagir com o lado de fora do carro, do mundo. De repente, um susto daqueles em que se perde a voz: o carro, em alta velocidade, perde a direção. Um buraco o joga para a direita e Joselito, cumprindo seu papel de pedestre, espera sua condução, ao lado direito, embaixo do ponto. Impotente na situação, o garoto cai, de nuca na guia, impactado pela surpresa que a vida numa grande cidade lhe traz. A aglomeração de pessoas, nada coerente num centro urbano, -pólo econômico, onde pessoas praticamente sobrevivem, buscando status.
A essa hora não há ninguém na rua e o carro foge. A única pessoa nos arredores é seu Nelson, dono da padaria, que abre às 5h15am. Seu Nelson vê sangue no asfalto; corre para ver o que aconteceu com aquela pessoa, caída no outro lado da rua. Seu Nelson abre o porta documentos: vazio, apenas dez reais e um celular. Pega o aparelho e liga para a emergência 190. Escuta a gravação “você não tem crédito suficiente para efetuar essa chamada”, desesperado tenta “Jacira”, “mãe”, “tia Cleide”, nomes encontrados na agenda, nada. O celular toca, a ligação cai. Sem crédito suficiente. Basta esperar para que a pessoa ligue de novo, equanto, corre para padaria e chama a ambulância.
A cidade vai acordando e se movimentando; a luz do sol não mais focada, agora estourada. A rua enche-se de carros, os pontos de ônibus de pessoas, em volta de Joselito uma roda de curiosos. Alguns tentam acalmar seu Nelson, nervoso com a demora da ambulância. Escuta-se a sirene ao fundo, sua luz vermelha é vista embaçada pela poluição, da hora do rush.
Storyline - o personagem:
Ele (a) classe C,
acaba de descobrir algo que redefine sua vida,
tem um celular sem crédito.
Exercício para o encontro com Marcelo C. Cunha
(Criação Literária - Academia Internacional de Cinema)

segunda-feira, agosto 18, 2008

Aliteração do Amor

Amor

Sem significado
Sexo

Sem saudade
Tédio

Sem sonho
Ilusão

Sem tesão
Rotina

Sem resposta
Solidão

Sem paixão
Poeira

Sem desejo
Indiferença

Simples
Sem verbo

Amor

quarta-feira, agosto 13, 2008

Uma recente história da escrita e do desenho

Em cartaz até dia 31 de agosto no ICA - Institute of Conteporary Art, London.




A recente história da escrita e desenho é uma exibição que explora a envolvente relação entre tecnologias, comunicação e seus usuários.

O projeto é programado pelo designer Jürg Lehni, pelo design gráfico Alex Rich e pela curadora, design historian, Emily King. Envolvendo uma variedade de técnicas interativas e não interativas de escrita e desenho.

O destaque da exposição é Viktor uma grande máquina de desenhar nas paredes, controlada por uma versão adaptada de um software de design, e feita por uma pequena indústria de motores

Às quintas-feiras, a tarde a galeria recebe palestrantes (designers, artístas e músicos) que são conhecidos por usarem tecnologias de modo considerávelmente ortodoxo.

Durante o evento, Viktor irá assinar o acompanhamento do material na parede da galeria, mudando a imagem que usurá, na próxima semana.

terça-feira, agosto 12, 2008

Poesia nas paredes, manifestação sem pudor

Poesia nas paredes, decoração? Para alguns sim, para outros uma forma de expressão, chamar a atenção de quem quer que passe. Escancarar sentimentos ao público, induzindo a pessoa alheia ao pensar.


Tinta, pulseiras do Bonfim e texto são os três elementos que compõe o quadro.
Texto que está escirto na obra:

“A vida endurece a gente e nos momentos de aflição esquecemos que é feita de amor e sem ter onde buscar forças... mas nos detalhes se escondem belezas o vazio transformam em tristeza...matriz da poesia a poesia que junto a vira boemia vira alegria! E é esta que com sinceridade acaba-se por transformar-se em realidade...viva a boemia” Paulo 2008

Mesa Dry Bar (Al. Tiete com Padre
João Manuel, Jardins, São Paulo)


No banheiro pode-se ler trechos de cartas que Di Cavalcanti escrevia à suas amantes:
“carta de + - e confio na sinceridade de suas palavras quero dizer que sua carta anterior foi um desabafo porque não sei bem explicar a razão de certas desconfianças suas em relação a amizade coloca-se em plano separado porque ela é mãe de Elisabeth.”
“sempre digo o quanto você me faz bem como mulher e como amiga não quero procurar outras aventuras novas.” Cartas de Di Cavalcanti.
Banheiro Di Bistro - Rua Jacurici 27, São Paulo



“Apaguem a miséria e não o grafite”
Mundano
(grafiteiro, em São Paulo).


Warhol já previu os "15 minutos de fama", milhões de indivíduos cravando a imortalidade, ou ao menos, alguma atenção pública. É aí que o grafite se encontra com a vaidade, com o intuito de aparecer, neste caso em forma de protesto, para a massa.




“O homem é menos ele quando fala (da) na (em) sua própria pessoa.
Dê-lhe uma máscara, e ele dirá a verdade” Oscar Wilde

“Para enxergar com clareza basta mudar a direção do olhar” Saint-Exupéry

Casa de meus amigos Marcos e Roberto Vietre São Paulo.

“Escrevo porque preciso. Melhor, vivo porque escrevo”
Personagem Camila Lopes, em “Nome próprio”, filme de Murilo Salles.

quinta-feira, agosto 07, 2008

Toyota conquistando espaço digital


Apoida no bem formulado e paradoxal conceito: "Unidos pela Individualidade" a campanha do Scion, Toyota aumenta suas vendas em 8%, enfatizando o efeito em se construir uma comunidade da marca.

Fóruns, web-sites foram criados para jovens se conectarem e participarem de uma discussão tech-literate (palavras-technológicas) sobre tudo, desde design até econômia de gasolina. (O grafiteiro Eaton Tristan foi um dos recrutados para dar sua palavra).




quarta-feira, agosto 06, 2008

Grafite em London Grafite em São Paulo

LONDON
CY TWOBLY
19 de junho a 14 de setembro 2008

Supported by the Cy Twombly Exhibition Supporters Group,
Tate International Council, the American Patrons of Tate
and the Horace W. Goldsmith Foundation.


Tate Modern London - http://www.tate.org.uk/modern/ é o primeiro museu público de grande porte
que expõe a arte do grafite.
Dentre os 10 grafiteiros escolhidos dois são do Brasil, (Nunca e os Gêmeos).

Como diz a revista da Folha em reportagem sobre o grafite
“grafiteiros grafitam como jogam bola”.

___

SÃO PAULO
FILE apresenta pela primeira vez no Brasil, em São Paulo, o Eletronic Graffiti by Graffiti Research Lab (de 05 a 08 de Agosto).
Aqueles que seguem a evolução do grafite sabiam que em alguma hora a technologia iria invadir a área e permitir caminhos préviamente impossíveis de grafitar prédios e outras construções.

BIOGRAPHYGrup o nova-iorquino pioneiro na invenção de técnicas que desafiam as dimensões da arquitetura urbana.

ABSTRACTO L.A.S.E.R. Tag é uma caneta de laser com a qual você pode grafitar prédios inteiros, com ajuda de um projetor de grande escala. Qualquer pessoa pode criar frases e desenhos com este instrumento, que já passou por construções como a ponte do Brooklyn, o Coliseu e museus e galerias como a TATE em Londres e MoMA em Nova Iorque.
www.file.org.br



terça-feira, agosto 05, 2008

Banksy e Identidade Artística

Banksy é um dos grafiteiros de maior reputação internacional. Nascido na Inglaterra, é possível encontrar seus stencils em vários locais da cidade de Londres, seguem alguns endereços para quem quiser fazer um programa turístico diferente na cidade:

- Post code EC2A 3JZ – Map/reference TQ 33057 82557 (no econtro de Old street com Great Eastern street)
- Post code N1 7LP - Map/reference TQ 32551 82807 (ao lado de for a do Fifteen Restaurant, de Jamie Oliver)
- Post code EC2A 3BS – Map/reference TQ 33249 82500 (ao lado do “The Elbow Room”, Pool Lounge & Bar)
- No quintal do Cargo, club descolado e famoso do bairro de CandemTown, norte de Londres. A casa apoiou Banksy desde o início de sua carreira.
- Post code SE1 7JA – Map/reference TQ 30594 79812 (na ponte de granito, em Southpark, perto da London Eye).


Sua obra é carregada de conteúdo social expondo claramente uma total aversão aos conceitos de
autoridade e poder. Normalmente, faz críticas sociais, mas também comportamentais e políticas, de forma agressiva e sarcástica, provocando em seus observadores, quase sempre, uma sensação de concordância e de identidade. Em seu site é dita a seguinte frase: I am unable to comment on who may or may not be Banksy, but anyone described as being “good at drawing” doesn’t sound like Banksy to me – www.banksy.co.uk - o que se parece típico de sua personalidade. Seu rosto não é conhecido por ninguém.






Dead Language. Image: Simon Houghton – (ICA Institute of contemporary arts, London)



Esta é uma montagem de réplicas, conduzida por um clone de Banksy, cujo dna ainda não foi encontrado nem numa lata de spray. Rascunhos de Tracey Emins e para complementar meia dúzia de Andy Warhols, expressando um futuro onde todas as formas de arte são livres, perfeitas réplicas sao criadas, cópias e autorias perdem significado, idéias custam pouco e são reproduzidas infinitamente. Artistas perceberam que sua própria identidade é uma das únicas coisas que ainda conseguem controlar. Então, fãs se tornam clones de artistas com a condição de distribuir sua arte/identidade.

“Should the artist actually create the work, or does his idea or description of it suffice?What is the relationship between original and reproduction, individual and crowd, art and commerce?” Andy Warhol

terça-feira, julho 29, 2008

vídeo youtube - The Truth in Ad Sales

NOISE Guerrilha Reportagem

Última ação Noise Festival!
(para saber sobre o festival: veja a matéria do dia 24 de julho de 2008 neste blog ou www.noisefestival.com)

O NOISEfestival.com está procurando vozes ainda não ouvidas de jovens criativos, na Europa. O evento acontece em Londres, aí está a brecha para alguém desenvolver algo assim por aqui!


Bom, a ação é chamada de ‘NOISE Guerrilla Reportage’, seu objetivo é buscar caminhos criativos de documentar sub-culturas. As matérias podem conter retratos de amigos, ou de você mesmo, um tour pelo seu atliê, mostrando como você sobrevive sendo um criador fora da comunidade e como você mantém viva sua cultura. Os NOISE “Guerrilla Reporters” podem também cobrir jovens vozes que não são ouvidas em mídias mainstream.

Uma oportunidade para jovens de até 25 anos serem repórteres de sua geração, cultura, mostrarem seus modos de vida e imporem suas visões.

O desafio é re-inventar a definição de reportagem
Reportagem: corpo de uma publicação, cobertura de um tópico ou evento particular, incluindo novidades, análises. É também o termo de uma testemunha, um repórter individual distribuído na mídia.

Reportagem literária é a arte misturada com documentário, estilo observações, experiências, percepções, uma evidência pessoal. A prosa é mais polida e longa que um artigo de jornal.

Inscrição
Use texto, ilustração, blogs, telefone celular pics/clips, fotos, filme/video, podcasts ou animação.
Deadline 31 de julho de 2008. Para inscrever-se entre em:
WWW.NOISEFESTIVAL.COM
O vencedor ganhará exposição de sua matéria em mídias, como BBCLondon, mais 1.000 Pounds para gastar em equipamentos.

Éh, o festival é uma incrível iniciativa, sem contar com a organização, comunicação e tendências que nele se apresentam; conteúdo de primeira! Não é a toa que o planejamento (de publicidade) nasceu lá em Londres e a cidade ainda continua um pólo mundial de vanguarda.

Sonar 2008

Atuante já há uma década e meia, o Sónar traça seu caminho descobrindo artistas, selecionando diversos estilos de som para que tanto a audiência quanto os que contribuem para o evento aproveitem e se envolvam com toda a cena musical apresentada no acontecimento. A infra-estrutura mais o conteúdo oferecidos não deixam a desejar. A pluralidade de line-ups, shows, exibições e atividades na programação resistem a uma simples classificação. São idéias juntas que inteiramente expandidas resultam num complexo programa de alcance internacional. Enfim, uma situação que simplesmente existe há quinze anos, quinze anos de alguma coisa...

Alguns destaques foram escolhidos para mostrar um pouco do festival e o que aconteceu lá:

10° Aniversário Minus – Richie Hawtin e seu time fizeram uma verdadeira jam eletrônica, centralizada pelo próprio Richie Hawtin, em que participaram simultaneamente os artistas do selo. Uma atuação ao vivo de sucessões diretas de apresentações dos DJs: Magda com seu pequeno tamanho tocou um som de merecido peso e reconhecimento; Troy Pierce sempre com boas escolhas, Marc Houle, Gaiser e Heartthrob contaram com um som futurista. Cerca de seis horas ininterruptas de improvisação encerradas com chave de ouro por Richie Hawtin que fechou pelo terceiro ano consecutivo o festival, mostrando tudo que sabe, sem deixar a pista cair e deixando todo mundo com aquele gostinho de quero mais. Poucos elementos e máximos resultados vêm dando a razão e a estética pela qual o selo Minus luta desde o princípio e o que hoje em dia se impõe como o techno contemporâneo.

Justice – A dupla que com pouco mais de um ano triunfou em meio mundo. Com sua cruz luminosa mais beats frescos e explosivos, incendiaram a pista. Fizeram um show misturando seu electro sujo com um disco house assassino; batidas arranhadas e densas, aliviadas por vocais para cima e em certos momentos com tons sensuais.

Dubfire – um dos integrantes da dupla Deep Dish, apresentou um house qualificado, bem produzido, bom de se ouvir em qualquer hora e lugar, sem dúvida digno de 50% do Deep Dish.

Publicado em 27/06/2008 pela Essentialmag - http://www.essential.limao.com.br/

quinta-feira, julho 24, 2008

Noise Festival

NOISEFestival, uma verdadeira olimpíada de criatividade. Noise é o primeiro festival de cross-mídia, acontece no Reino Unido, para talentos emergentes de até 25 anos. Os trabalhos são exibidos nas áreas de arquitetura, design gráfico, ilustração, novas mídias, música, públicações independentes (revistas, quadrinhos), produtos, arte, fotografia, literatura e mais uma categoria nomeada de moving picture.
Além de, funcionar como uma galeria virtual, de dois em dois anos, uma equipe de renomados jurados, profissionais criativos de cada disciplina, votam nos melhores trabalhos: os jurados selecionam de 5 a 10 trabalhos e dão seu feed back individual para cada um.
Os vencedores têm direito a entrevistas em diversas mídias, divulgando sua arte. Muitas deles recebem convites de exposições em galerias, e ainda, concorrem ao prêmio principal, o dream job: a chance de trabalhar em companias tops em seus respectivos campos. No ano de 2006, a MTV Brasil entrou nessa dando a oportunidade a dois designs gráficos: Hannah Caughlin e Jenny Campbell-Colquhoun.

CEO do Noise Festival:
Denise Proctor, reconhecida pela indústria musical como figura pioneira na revolução do download de músicas na net. Firmou estratégias de e-commerce para selos independentes de música, na Inglaterra. Trabalhou para BBCTelevision, Sony.
É graduada pela New York University e St. Martins School of Art. Mestra em direção de cinema pela Royal College of Art e está completando um MBA em finanças na Manchester Business School.

Algumas da companhias inseridas neste ano são:






















terça-feira, junho 03, 2008

80's a nostalgia do sonho falido

80's a nostalgia do sonho falido:
"Ideologia", Cazuza - http://www.youtube.com/watch?v=9xMGHqLqzNk ;
"Everybody wants to rule the world", Tears for Fears - http://www.youtube.com/watch?v=ughqjbzx2Fk&feature=related .
E, mesmo assim, ou talvez por isso, a atração aos hits da época é irresistível, àquele glamour brega ou ao romântico ingênuo. Afinal, uma noite com tudo isso é de se preencher. Dê uma checada: A-ha com seu olhar de galã, em
"Take on me" - http://www.youtube.com/watch?v=RMWXyEHoN88 e, claro, não dá para esquecer New Order e seu clássico teclado, marcando a época com "Blue Monday" - http://www.youtube.com/watch?v=BV7LKjTV5oI .

Já Madonna caiu muito bem na realidade com sua nada modesta, porém queridíssima "material girl", música de merecido sucesso - http://www.youtube.com/watch?v=3tYLo9FkqNc .
É bem provável que tenha sido a melhor sacada de Madonna até hoje, embora muitos prefiram sua nova fase "hard candy" e a recente parceria, super cobiçada, no mundo da música pop, com o astro Justin Timberlake.

sexta-feira, maio 30, 2008

Proposta:
Escrever sobre Harumi, uma personagem inventada por um grupo de escritoras.
Harumi trabalha em um laboratório de química, casada com Diego, um espanhol. Possui 2 filhos, sua família tem casa em Ibiúna, enfim é mais uma mulher comum que vive em São Paulo.

HARUMI
Diego, marido de Harumi, chega em casa com um sorriso e tanto, como há tempos não se via. Abre uma garrafa de vinho, o seu melhor vinho. Harumi, com cara de desentendida, retruca antes mesmo de querer saber o motivo do desperdício, numa segunda-feira à noite. Para que Diego faz este alvoroço num dia tão normal? E, ainda, resolve chamar os filhos, Juan e Ayumi, que finalmente haviam conseguido sair de frente da tv para estudar um pouco.
Diego diz que quer comemorar. Harumi, ironicamente, pensa: comemorar o quê? Só se forem minhas unhas novas, esmalte licor. Acha melhor não falar. Afinal, não pega bem tirar sarro do marido em frente às crianças. Seu marido ganhou o segundo maior bônus de sua empresa; é a primeira vez que um funcionário do RH ganha um bônus como esse. O vinho é aberto, bastante frutado e desfrutado, principalmente, por Juan e Ayumi que não costumam beber com os pais.
Realmente, uma boa notícia, mas é tarde e amanhã a semana continua. Harumi fica à espera de Diego no quarto. Não, não é para agarrá-lo e comemorar a notícia, ninguém mais é adolescente há tempos. É para discutir o destino que este dinheiro tomará. É importantíssimo que ele tenha um bom uso; deixá-lo na mão de Diego certamente terá fim em porcarias.
A discussão começa: uma viagem, carro novo, uma casa de campo, fundos de investimento... Difícil escolher. Viagem só serve para gastar dinheiro; é bom na hora, mas não sobra nada. Carro novo? Os que estão aí estão tão bons. Fundos de investimento: não se verá a cor do dinheiro, até que ele renda e fique para os netos. É... sobra a casa de campo, uma feliz idéia já que Harumi tem família com casa em Ibiúna, interior de São Paulo, onde sobra um terreno.
Diego não é uma pessoa de temperamento forte. Concorda a casa e achar muito gostoso que tenham um refúgio para os finais de semana.
Decisão tomada, a construção começa. A casa terá churrasqueira, forno de pizza, todos os detalhes que Diego deseja. Essas besteiras não são grandes preocupações para Harumi; ela acaba se animando um pouco para pensar na decoração dos quartos, da cozinha, sala e de uma modesta adega para guardar seus vinhos. Também, quem faria isso se não fosse ela?
Nossa, até parece começo de casamento. Juan e Ayumi adoram, pois os pais estão muito ocupados para pegar no pé deles. Mas o clima de recém-casados dura apenas até a obra começar a dar problemas. Pedreiros atrasam, encanamento complica-se e os preços de materiais de construção: um absurdo!
Os filhos não agüentam mais ouvir a mãe colocar a culpa no pai e o pai dizer que aquilo era tarefa da mãe. Construir casa é um pé no saco! Tantas tarefas para se preocupar na vida: trabalho, filhos e mais uma casa em construção para completar...
Já é junho. Como o ano voa! O jeito agora é pegar o feriado de Corpus Cristi e se concentrarem na finalização da construção. Diego e Harumi vão para Ibiúna; instalam-se na casa dos irmãos dela. Os filhos aproveitam e vão para praia com os amigos. Melhor assim, tempo integral para o casal resolver detalhes. Foi bom para salvar o último pingo da empolgação que restava. A casa ficará pronta no início de outubro, sem falta.
Outubro, a casa em Ibiúna pronta. Toda família intimada a passar a semana de saco-cheio na nova casa de campo. Tempo lindo, todos com protetor solar, afinal, não dá para descuidar da pele. Juan e Ayumi aproveitam a piscina, mesa de pingue-pongue, amigos da casa vizinha. Diego, quem diria, fissurado por receitas de pizza...E Harumi pensa duas vezes antes de encher o terceiro copo de vinho.
Ninguém, nem mesmo ela, percebe que anda fazendo pequenas coisas para se enganar do tédio automático incorporado em sua nova rotina.


terça-feira, maio 13, 2008

quarta-feira, abril 23, 2008

Poem + Music

The beat breaks down so we pick it up
The floor shakes down but it's not enough
The beam is up and the kids are high
I've seen them move and it blows my eyes
The floor's an ocean and this wave is breaking
Your head is gone and your body's shaking
There is nothing you can do because there is no solution
You gotta get down to the noise and confusion
The sound goes round and we start to climb
The lips curl up and it kills my line
The beat is steal and the scene is sown
I see her eyes and her eyes are blown
The floor's an ocean and this wave is breaking
Your head is gone and your body's shaking
There is nothing you can do because there is no solution
You gotta get down to the noise and confusion
Out of our minds on the stage
"There is nothing you can do because there is no solution
You gotta get down to the noise and confusion"

'Sons Of The Stage' written by Tony Ogden and Gordon King

quinta-feira, abril 10, 2008

Kika em "beijar"

Kika foi a uma super festa: todos seus amigos, casa incrível, som bom, enfim, daquelas que só acaba quando dá alguma besteira.
Kika tava bonita. Vestiu um de seus melhores sapatos, salto fino, maquiagem bem feita e uma camisa até que bastante sensual.
Estava num bom dia, simpática, dando risada e dançando todas as músicas.
As horas foram passando e o grau alcoólico das pessoas aumentando. Todo mundo mais soltinho e engraçadinho, ou melhor, com menos censuras.
Kika dança com um ex-gatinho. Nada de mais, um casinho. Maurício tem um bom papo, bonito...gira Kika pra cá, gira pra lá. Neste instante, chega Tito, o irmão de uma amiga, que troca sorrisos e conversas com ela. Maurício resolve dar uma volta. Tito continua lá e logo chega o resto da turma. Todos continuam dançando, se divertindo. Quando Kika percebe, ela está no bar pegando mais um drink: sua amiga lhe pediu para acompanhá-la e ela foi.
O céu começa a dar sinais sutis de claridade só para aqueles que resolvem olhar com calma. Está amanhecendo. Uma briga estoura 8h e a festa acaba. Eh, já era hora.
Kika vai pensativa para casa. Não deu certo nem com Maurício nem com Tito. O pior é que os dois são gatos e uns fofos. Será que é porque tá todo mundo bêbado? Os objetivos acabam se perdendo, ou, no mínimo, esquecidos por momentos. Será que são todos muito exigentes para coisa séria e muito pouco exigentes para o agora? Ou é perder tempo investir em alguém que talvez não dê certo? Afinal, todos querem se dar bem. Ah, e tem mais um problema para alguns: “levar um não”.
Beijar? Simplesmente beijar?
Apenas, pelo ato de beijar?
O beijo para ter a satisfação de que se conseguiu algo?
O beijo para não se sentir tão sozinho?
O beijo como comer um bom doce?
O beijo como a porta de entrada para o sexo?

E o beijo dos românticos ainda existe....?


São Paulo.
Sexta, 28 de Março.

quinta-feira, abril 03, 2008

impenetrável

impenetrável inabalável insaciável
intimamente intolerante e inquieta
instinto insano
inconsciente e indecifrável
intuitiva
irritada
irônica e irrevelável
irresistível e incendiosa
incompreensivelmente incensurável
a inaceitável certeza de ser

quinta-feira, março 27, 2008

Kika chega da praia

Domingo, Kika chegou em São Paulo de um fim de semana incrível na praia. Sábado, foi aniversário da Ju Monteiro, sua irmã. Elas têm uma casa na praia que é uma delícia, frente pro mar, boas festas, feriados regados a caipirinhas, aperitivos e amigos bacanas de óculos ray-ban. Esse foi um deles.

Muita animação, amigos da irmã, amigos de Kika; havia até som, claro, seu amigo dj deu uma “palhinha”. Tava uma delícia. Essa é a vida para Kika! Como acontece com tudo que é bom, acabou; chegou o domingão... É essa a hora em que Kika fica um pouco desesperada, ou melhor, carente. É uma confusão de sentimentos.

Kika está em casa - São Paulo. Sua irmã gosta muito de ler e ver filmes, consegue muito bem se entreter sozinha; aliás, quer ficar um pouco sozinha depois do aniversário agitado que teve. Kika liga para um amigo que responde com voz estranhíssima, ocupado, fazendo o quê? Nunca o viu com essa voz... enfim, liga para outro, esse tá viajando e ainda não voltou; liga para sua prima, que é amiga também, ihh! Essa não quer levantar do sofá por nada: trabalha no mercado financeiro, amanhã será um dia tenso – Kika não tem muitas amigas mulheres, talvez porque queira sempre ser a mais requisitada por todos os homens. Mesmo que o cara não faça seu tipo, ela faz seu tipo para ele. Bom, pra quem mais, Kika liga? Claro, para seu amigo, o Renatinho, aquele que nunca a deixava sozinha nos programas sociais: é prestativo, atencioso, não é como outros que dizem “já te ligo” e não liga mais. Renatinho atende, conversa com Kika; ele tá namorando. Kika não fala, mas acha um saco, pois percebe que seus amigos “somem” cada um com sua vida: trabalhos, namoradas, construções para o futuro. Ela não sabe como agir neste momento, não está à vontade como estava há apenas um dia (sábado, na praia).

Talvez uma saída para esse desconforto momentâneo seja reclamar para seus amigos: aquele que não ligou para parabenizar sua irmã, mesmo que ele não seja tão próximo dela; insistir para o outro ir à próxima balada, na quarta-feira. Jogar cobranças para os amigos pra aliviar sua angústia de ficar sozinha.

Domingo 16 de Março.

quarta-feira, março 05, 2008

She´s maniac on the floor, she's dancing like she's never before...

Essas eram as expectativas de Kika antes de ir para festa de seus amigos queridos e divertidos, Dé e Bernardo. Um deles trabalha numa produtora e o outro, numa agência de publicidade, em mídia; eles são estilosos, cheios de amigos bacanas e não há uma vez em que Kika não se divirta quando sai com eles.
Antes da festa, Kika foi a um bar encontrar sua turma. Turma? É, ela precisa de uma turma. “Esquenta” com a turma é a segurança de que ela esteja ocupada e se divertindo para chegar “na vibe” que espera nas festas. Kika, às vezes, precisa comprovar que não está perdendo tempo; não quer perder nada, nenhuma chance de diversão.
Acha que não fazer nada é sempre um tédio. Que bom que sua turma é descolada o bastante para sempre ter algo pra fazer...Ir embora cedo da balada? Que sem graça...Beber um pouquinho e parar? Pra quê? Isso não é aproveitar o quanto pode.
Bom, voltando ao bar, papo muito engraçado, amigos juntos, novas combinações para as férias na Europa, Ibiza? Kika adoraria ir para Ibiza com sua turma.
Chegou a hora da festa, muita gente, muitos amigos, mas a turma vai se perdendo...Um deles sumiu, Guizão. Ele que iria levar Kika para casa acabou achando uma menina e foi embora. Fred ainda estava lá, mas iiihhh tá pela pista “tirando um dance”. Esse não bate muito bem; e os outros, ah! Tão lá com as namoradas e uma outra turma papeando.
Kika quer ficar com Thi. Ele é um gato, todo mundo acha. E ele deu bola pra ela...
Fim de festa, Kika ficou e ficou pra ver se algo acontecia. Nada. Percebeu que o charme que Thi jogou pra ela também foi jogado pra outra. Ele acabou de conversinhas no ouvido com essa outra, que Kika nem sabe quem é!

She´s maniac at love,
She´s dancing like never before…

É, Kika vai acabar sua vodka e ir embora. Amanhã tem mais: um bar que abriu no Itaim e é aniversário de outra amiga bacana. Ainda no fim de semana, quem sabe, vá com um pessoal para praia fazer um esquenta para o Sirena. Ela não quer muito ir, mas no final acaba bebendo e indo, fazer o que, né!

Antes, Kika tinha medo de gastar curtição; hoje, ela desperdiça.
Talvez, no fundo, ela procure um homem que acrescente algo, aí, pelo menos, ao invés de desperdiçar curtição, poderá desperdiçar paixão. Ou, quem sabe, aprenda a gastar de pouco em pouco, para poder degustar...

Quarta-feira, 05 de março.

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Crônicas de Kika Monteiro

Kika Monteiro acabou a faculdade há um ano; agora – solteira, rica, formada – aproveita seu tempo indo às melhores baladas, fazendo viagens maravilhosas, sempre com companhias incríveis. Afinal, Kika é o típico exemplo de uma pessoa “in”.

Não é uma menina de se jogar fora: suas luzes no cabelo dão o charme, que numa terça-feira pela manhã, hora de desocupação e tédio, é apagado. Isso porque resolveu matar a ginástica, hora em que a maioria dos paulistanos estão ocupadíssimos no trabalho, até mesmo aqueles que têm dinheiro para ser bons vivãs, mas não o são, pelo simples fato de se ocuparem ou se sentirem úteis, mesmo sem nenhum amor à profissão.

Ontem, jantou no Japonês – novidade recém aberta na rua Amauri – com seu ótimo amigo, Renatinho. Ela sempre o adorou: ele nunca faltava aos programas sociais; era uma companhia e carona com quem podia sempre contar. Agora, ele anda dando mancadas, tá muito chato, anda namorando e trabalhando, não faz mais nada de legal. Bom, deixa o Renatinho pra lá. Pelo menos, um possível caso chegará na sexta: irmão de uma amiga que mora em NY e virá passar férias em SP.

Quarta, dia 30 de janeiro de 2008.

_____

Sexta – Pacha
DJ eleito pela Mix Mag 5°no ranking mundial – melhor house-music da atualidade!

Kika cumprimenta todo mundo, muita saudade, fofoca em dia, o pessoal tá bonito, camisas, “styles”, pólos que agora são Abercrombie (o alce domina o cavalo), saias curtas charmosas, maquiagem bem feita e a vodka começa a descer suave pelo menos hoje. Amanhã é outro dia.
A boate se divide como SP: os mais influentes perto do DJ, em cima; o povo embaixo, e aqueles que tentam ser influentes em volta dos mais influentes.
A balada vai se esvaziando bem agora que a animação bateu na Kika. ‘After-hours”, na casa daquele amigo bonitinho, o Jonny, que sabe que é bonitinho e vive dando indiretas, bem diretas, para a mulherada, inclusive para a Kika. Ela não sabe se deve acreditar nas cantadas. Acaba, então, tirando sarro dele.
O ar de curtição irresistível preenche espaços da tradicional sala da casa de Jonny – loucuras, móveis antigos, interesses, quadros de grandes artistas, risadas - e o desperdício de tempo intendível, porém convidativo, para que se fique exatamente no lugar em que se está agora.
Bom, amanhã é amanhã: a conta do cartão será recoberta, quem tava lá fingirá que esqueceu. O mais nerd será o único que lembrará aquilo que Kika não quer que ele lembre e que nem mesmo ela quer lembrar....
Preocupar-se com a bosta? No meio da bosta com terra, pode nascer um trevo da sorte. Afinal, tudo vem tão fácil para ela. Mas será que não vale mais a pena plantar cactos? Pouquíssima água de tempos em tempos, e ele sobrevive com seus espinhos de espetos saudáveis.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

O Indispensável é Dispensável

Quantas coisas indispensáveis você faz todos os dias?

Mania do indispensável? O consumismo, os ditos da moda, a publicidade, enfim o mundo em que vivemos, nos faz sofrer da mania do indispensável.
Achamos tudo tão indispensável que acabamos surpresos quando acontece o fato de largarmos aquilo que era o mais indispensável.
E, aí, você perceberá que pode ser feliz, ou mais feliz, descartando o indispensável.

O indispensável é dispensável!

Referências:


- A fantástica poesia "Eu, etiqueta", de Drummond, segue abaixo.

- Gustavo Mini tem um texto, sobre “deixar cair” que é um link interessante.
http://www.conector.blogspot.com/


Eu, etiqueta
http://forum.pootz.org/viewtopic.php?t=7821

Em minha calça está grudado um nome que não é meu de batismo ou de cartório
um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
que jamais pus na boca, nesta vida.
Em minha camiseta, a marca do cigarro
que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto
que nunca experimentei
mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
de alguma coisa não provada
por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro
minha gravata e cinto e escova e pente
meu copo, minha xícara
minha toalha de banho e sabonete
meu isso, meu aquilo,
desde a cabeça aos bicos dos meus sapatos,
são mensagens,
letras falantes,
gritos visuais,
ordens de uso, abuso, reincindência,
costume, hábito, premência,
indispensabilidade
e fazem de mim homem-anúncio itinerante
escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É doce estar na moda,
ainda que a moda seja negar minha identidade,
trocá-la por mil, açambarcando
todas as marca registradas,
todos os logotipos de mercado.
Com que inocência demito-me de ser
eu que era antes e me sabia tão diverso de outros, tão mim-mesmo,
ser pensante, sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
de sua humana ,invencível condição.
Agora sou anúncio,
ora vulgar, ora bizarro,
em língua nacional ou em qualquer língua
(qualquer principalmente).
E nisto me comprazo, tiro gíria
da minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu que minuciosamente pago
para anunciar, para vender
em bares festas praias pérgulas piscinas,
e bem á vista exibo esta etiqueta
global no corpo que desiste
de ser veste e sandália de uma essência
tão viva, independente,
que moda ou suborno alguma compromete.
Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
minhas idiossincrasias tão pessoais,
tão minhas que no rosto se espelhavam
e cada gesto, cada olhar,
cada vinco da roupa
resumia uma estética?
Hoje sou costurado, sou tecido,
sou gravado de forma universal,
saio da estamparia, não de casa,
da vitrine me tiram recolocam,
objeto pulsante mas objeto
que se oferece como signo de outros
objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
de não ser eu, mas artigo industrial,
peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem,
meu novo nome é coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.



quarta-feira, janeiro 09, 2008

Desatar amarras

Desatar amarras é
dissolver um rodamoinho de pensamentos.

Um turbilhão tão voraz que parece vazio.
Lapsos mais cheios que o branco da palavra fugida,
a mesma que encontrada em meio de outras perdidas.
Achada para satisfazer o desejo,
antes disfarçado.