quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Crônicas de Kika Monteiro

Kika Monteiro acabou a faculdade há um ano; agora – solteira, rica, formada – aproveita seu tempo indo às melhores baladas, fazendo viagens maravilhosas, sempre com companhias incríveis. Afinal, Kika é o típico exemplo de uma pessoa “in”.

Não é uma menina de se jogar fora: suas luzes no cabelo dão o charme, que numa terça-feira pela manhã, hora de desocupação e tédio, é apagado. Isso porque resolveu matar a ginástica, hora em que a maioria dos paulistanos estão ocupadíssimos no trabalho, até mesmo aqueles que têm dinheiro para ser bons vivãs, mas não o são, pelo simples fato de se ocuparem ou se sentirem úteis, mesmo sem nenhum amor à profissão.

Ontem, jantou no Japonês – novidade recém aberta na rua Amauri – com seu ótimo amigo, Renatinho. Ela sempre o adorou: ele nunca faltava aos programas sociais; era uma companhia e carona com quem podia sempre contar. Agora, ele anda dando mancadas, tá muito chato, anda namorando e trabalhando, não faz mais nada de legal. Bom, deixa o Renatinho pra lá. Pelo menos, um possível caso chegará na sexta: irmão de uma amiga que mora em NY e virá passar férias em SP.

Quarta, dia 30 de janeiro de 2008.

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Sexta – Pacha
DJ eleito pela Mix Mag 5°no ranking mundial – melhor house-music da atualidade!

Kika cumprimenta todo mundo, muita saudade, fofoca em dia, o pessoal tá bonito, camisas, “styles”, pólos que agora são Abercrombie (o alce domina o cavalo), saias curtas charmosas, maquiagem bem feita e a vodka começa a descer suave pelo menos hoje. Amanhã é outro dia.
A boate se divide como SP: os mais influentes perto do DJ, em cima; o povo embaixo, e aqueles que tentam ser influentes em volta dos mais influentes.
A balada vai se esvaziando bem agora que a animação bateu na Kika. ‘After-hours”, na casa daquele amigo bonitinho, o Jonny, que sabe que é bonitinho e vive dando indiretas, bem diretas, para a mulherada, inclusive para a Kika. Ela não sabe se deve acreditar nas cantadas. Acaba, então, tirando sarro dele.
O ar de curtição irresistível preenche espaços da tradicional sala da casa de Jonny – loucuras, móveis antigos, interesses, quadros de grandes artistas, risadas - e o desperdício de tempo intendível, porém convidativo, para que se fique exatamente no lugar em que se está agora.
Bom, amanhã é amanhã: a conta do cartão será recoberta, quem tava lá fingirá que esqueceu. O mais nerd será o único que lembrará aquilo que Kika não quer que ele lembre e que nem mesmo ela quer lembrar....
Preocupar-se com a bosta? No meio da bosta com terra, pode nascer um trevo da sorte. Afinal, tudo vem tão fácil para ela. Mas será que não vale mais a pena plantar cactos? Pouquíssima água de tempos em tempos, e ele sobrevive com seus espinhos de espetos saudáveis.

Um comentário:

Camila Fremder disse...

Nem sei dizer quantas Kikas eu conheço...
Otimo texto fernandinha!
bjs